Paris ficou mais mágica depois do último filme do Woody Allen…
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“BRASRIO”
O Rio de Janeiro é uma sensação, mais que uma cidade… É um encontro de tudo com todos e de todos com tudo.
Começa irreverente em um desembarcar caótico no Santos Dumond; quase sempre. Mas sempre sorridente na bagunça geral/total.
Os cariocas o entendem, ou têm o ar de que o entendem e, sem exceção, o idolatram com aquele sorriso misterioso. Para saber o Rio há que viver o Rio.
A fila do táxi é qualquer coisa menos uma fila. É a fila especial, que apenas existe aqui. Há que se falar com o organizador da fila – com seu uniforme desleixado – para que o lugar da fila seja respeitado. E assim todos pegam o seu táxi com aqueles muitos “organizadores de fila” falando muito, gesticulando muito, oferecendo seus serviços múltiplos de fazedores de favores especiais a qualquer um da fila. Muito ocupados – sempre, não dá para entender direito qual é mesmo o seu trabalho ali.
É único e delicioso este jeito absurdo de fazer as coisas. É impossível acreditar que algo funcione, mas acontece uma improvisação qualquer e a coisa acaba andando – invariavelmente com muita conversa, favores especiais, sorrisos cúmplices e ajudantes ofertando favores exclusivos a todos…
O Rio é uma farsa verdadeira de homens e mulheres especiais. Descontração é a palavra óbvia para definí-lo; para ilustrar o humor e a atitude que reina na capital do Império.
Uma descontração medida e estudada em seu relaxamento e na propagada liberdade. Há que ver e mostrar corpos e músculos com a descontração consciente de não parecer reparar em nada. Tudo é tão natural que o bizarro convive com o inovador e o sem limites é ignorado em sua periculosidade.
O Rio é o Cristo de braços abertos – olho para tudo; vejo todos; abraço tudo e todos. Vale mesmo o abraço, não importa mais nada.
Há caos e probreza; aquela sensação de que um filme do Tarantino está sempre rodando ao seu lado. De repente surge forte a imensa cultura popular do Brasil, que respira em cada esquina – Espírito vibrante da alma e da proposta final do Brasil ao mundo.
Olho para as cariocas na praia e concluo que realmente Deus é Brasileiro. E carioca, naturalmente.
Já disse Drummond de Andrade que “No mar estava escrita uma cidade”. Acho que o Rio não está a beira mar. É o mar que está à beira do Rio.
O Brasil devia se escrever “BrasRio”.
De volta a São Paulo é acordar de uma madrugada recheada de sonhos meio alucinados – assustadores e coloridos.
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