Aprecie a arte da Valentina Monteiro – www.valentinamonteiro.com
Aqui vai um pouco do que ela mesma define como o seu momento de criação, vale a pena esta viagem rumo ao seu Divino interior:
VALENTINA MONTEIRO – O QUADRO
“Deparo-me com o branco. Desafia-me. É ali, na rigidez e no vazio, onde vou trabalhar.
Mergulho na superfície do grande nada. Perco-me nessa ausência.
Vêm em meu socorro elementos, símbolos, plantas, frutos, animais – num bailar flutuante ao redor de mim.
Colho cada um a seu tempo, para alinhavar um a um delicadamente, conforme pedem pouso.
Paro um instante; expiro. Agora é o momento mágico: água e cor. Então o que era plano, superfície, rigidez, vazio, revela-se em profundidades, volumes, ondulações. Tudo é energia e movimento. A ausência não mais existe. A terra despeja toda sua fertilidade, através de seus frutos, abençoada pela sinuosa serpente emplumada, senhora dos ciclos da água e da vida. Surgem os animais de água salgada, nossos antepassados. Os anfíbios e répteis; ligação entre a água e a terra, nossos primeiros passos. As aves, mensageiras de sonhos, sustentadas pelo ar, respiração da terra. E ainda o jaguar, príncipe da noite, da magia e da transmutação.
Por fim, em algum lugar, a escada – consciência da ligação e da possibilidade dessa mesma manifestação do divino na matéria. Consciência de nossa própria divindade.
Já não existe mais a tela branca, nem mesmo as delimitações físicas das bordas do tecido.
O quadro alcança ser uma pequenina janela aberta ao universo da Unidade.”
Texto de Valentina Monteiro, março de 2010.
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